Alberto Pimenta

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Nasceu em 1937, no dia 26 de Dezembro na cidade do Porto, António Pimenta para além de poeta e escritor também é ensaísta e professor universitário. Licenciado em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra, este poeta experimental esteve alguns anos no estrangeiro nomeadamente na Alemanha, onde exerceu algumas funções ao nível da literatura portuguesa durante a década de 60 e 70, mais propriamente na cidade de Heidelberg. Durante esses anos nesta cidade alemã, o seu conhecido lado fascista valeu-lhe um despedimento corria o ano de 1963, porém um cargo na Universidade de Heidelberg fez com que continuasse a sua estadia no estrangeiro até 1977. Foi durante estes anos passados em território alemão que António Pimenta publicou alguns dos seus primeiros e mais conhecidos livros de Poesia experimental, alguns exemplos são O labirintodonte, Entres e contraentes e também Corpos estranhos.

Este poeta, muitas vezes muito controverso no que toca a sua arte de escrever, depois de regressado a Portugal, já depois da revolução dos Cravos em 25 de Abril 1974, mais propriamente em 1977, começou a desenvolver uma actividade muito ligada ao domínio da criação literária, vocacionada fundamentalmente com os movimentos experimentalistas. Alguns dos livros e poemas publicados por este autor, para além de terem uma configuração gráfica muito peculiar e original, a maior parte das vezes assumia um papel muito polémico no panorama actual do país, onde os títulos tinham uma cota importante para poder evidenciar a vanguarda daquela altura. Em 1977 publicou um livro de poesia Ascensão de dez gostos à boca, livro este que o autor tentou combinar a experimentação formal com o inconformismo social e politico da altura. Neste mesmo ano, a sua veia encenadora, foi demonstrada em pleno Jardim Zoológico, onde realizou um happening, com bastante improviso, onde ao trancar-se num jaula, ao lado de outra, onde no interior havia dois macacos, mostrando uma placa onde era visível “Homo Sapiens”. Outras encenações foram recriadas por Alberto Pimenta, Uma Tarefa para o Ano Vindouro, dividida em duas partes, foi feita num período mais recente na Galeria Ler Devagar, em Lisboa na transição do ano 1999 para 2000.

Ao longo da sua vida outros livros foram escritos e publicados, onde se podem destacar alguns, ainda em 1977, Discurso sobre o filho-da-puta, uma obra inclassificável que se avizinha do ensaio, onde é possível verificar através do próprio titulo a controvérsia demonstrada pelo escritor. Silêncio dos poetas, foi outra obra de grande destaca, correspondente a um estudo sobre poesia concreta visual, onde mostrava a ponte entre o concretismo brasileiro e o o concretismo existente na língua alemã, lançado em Itália, um livro mais recente, A magia que tira os pecados do mundo, escrito em 1995, um obra baseada em teoria anti-platónica, que conta com várias partes, onde cada uma delas reflectem sobre um determinado tema, tais como mitos, arquétipos, alguns escritores consagrados como Camões, Fernando Pessoa e Haroldo de Campos, são também referenciados nesta publicação. Foram criadas muitas relações de escrita entre este artista e outros, tendo como ponto a poesia experimental, Alberto Pimenta tem colaboração em alguns livros de poesia, bem como outros temas mais teóricos e outros científicos, colaborando com Miguel Vale de Almeida e Rui Simões em Pornex, textos teóricos e documentais sobre pornografia experimental portuguesa, tendo traduzido A Força do Hábito e O Parque, o primeiro de Thomas Bernhard e o segundo de Botho Strauss. A partir da década de noventa, as suas obras começaram a descrever directamente fenómenos ligados á globalização, exemplo é o poema Ainda há muito para fazer, em 1999. Outros livros e poemas foram escritos por este poeta que ficou conhecido no campo da poesia experimental, alguns mais importantes e mais prestigiantes que outros, apesar de todos conterem alguma controvérsia e critica a alguns pormenores da sociedade.

Livros, Obras, Poemas ou Encenações
  • 1970 - O labirintodonte
  • 1971 - Os entes e os contraentes
  • 1973 - Corpos estranhos
  • 1977 - Ascensão de dez gostos à boca
  • 1977 - Homo sapiens
  • 1977 - Discurso sobre o filho-da-puta
  • 1979 - Heterofonia
  • 1980 - Jogo de pedras– Antologia
  • 1980 - Bestiário Lusitano
  • 1981 - Canto nono
  • 1982 - Homilíada Joyce (com Ana Hatherl, E. M. de Melo e Castro e António Aragão
  • 1982 - A visita do Papa
  • 1983 - In modo di-verso
  • 1983 – Tríptico
  • 1983 - Uni-verso pro-Lixo
  • 1984 - Adan
  • 1984 - As 4 estações
  • 1985 - O desafio da mundança
  • 1984 - Read Read & Mad
  • 1986 - Metamorfoses do vídeo (José Ribeiro Editor)
  • 1988 - The Rape
  • 1990 - Obra quase incompleta- Poesia reunida
  • 1990 - Um enlace feliz
  • 1992 - IV de ouros
  • 1992 - Tomai, isto é o meu porco
  • 1992 - A divina multi(co)média
  • 1993 - Santa copla carnal
  • 1994 - O terno feminino
  • 1996 - A sombra do frio na parede
  • 1997 - Verdichtungen
  • 1997 - A repetição do caos
  • 1998 - As moscas de pégaso
  • 1998 - Ainda há muito para fazer
  • 2000 - Ode pós-moderna
  • 2001 - Grande colecção de inverno 2001-2002
  • 2001 - Selos
  • 2002 - Tijoleira
  • 2004 - A encomenda do silêncio – Antologia
  • 2004 - Deusas ex-machina
  • 2005 - Marthiya de Abdel Hamid segundo Alberto Pimenta
  • 2006 - Imitação de Ovídio
  • 2007 - Indulgência plenária
  • 2007 - Planta rubra
  • 2008 - Prodigioso Acanto
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